domingo, 21 de dezembro de 2008

Até onde vai a tirania nas universidades estaduais paulistas?

Adunicamp Notícias - 18 de dezembro de 2008

Até onde vai a tirania nas universidades estaduais paulistas?


Não é de hoje que os movimentos sociais têm sido alvos de ataques daqueles que entendem democracia apenas como SEU legítimo poder de fazer e desfazer. Várias foram as denúncias de perseguições políticas como a demissão de Dirceu Travesso e a invasão à reunião da Conlutas em São José dos Campos, agora essas perseguições se processam no interior da Universidade Pública pondo em risco sua missão de espaço livre de debates.

Dentro das universidades estaduais paulistas a situação não é muito diferente, estava apenas mais velada. Mas neste final de ano isto mudou. Fomos surpreendidos por uma série de incidentes que nos fazem pensar: até onde pode ir a tirania das administrações das universidades estaduais paulistas?

Após anos de perseguições políticas por parte da coordenadoria executiva do campus de Registro da UNESP, os professores Mauro Donizeti Tonasse, Palimécio Gimenes Guerrero Júnior, Afrânio José Soriano Soares e João Vicente Coffani Nunes, companheiros da Adunesp, receberam novas ameaças de morte.

As primeiras denúncias foram levadas à Reitoria da Unesp que nada fez para reverter este processo de banditismo que se instaurou sobre o campus de Registro, no qual a administração local leva ao pé da letra o título de EXPERIMENTAL que o campus carrega utilizando práticas poucos usuais em tempos de democracia. Comunicada pela Adunesp, Sintunesp e Fórum das Seis a UNESP abriu, contudo , processo de sindicância contra... as vítimas.

Mas, afinal, o que fizeram estes professores para receber não uma, mas duas vezes ameaças de morte por telefone e e-mail, para terem suas casas pichadas, para serem vítimas de atitudes violentas e covardes?

Eles apenas requereram que a lei fosse respeitada pela Coordenadoria do Campus sobre a qual incidem denúncias várias de autoritarismo e desmandos. Segundo o documento enviado pela Adunesp para o Fórum das Seis (em anexo) os referidos professores estão sendo perseguidos por: "(I) exigir o cumprimento da Portaria UNESP 461/05; (II) questionar e contrapor-se às atitudes autoritárias e aos desmandos da coordenadoria executiva do campus; (III) reivindicar concursos públicos para docentes e funcionários, pautados na impessoalidade pública; (IV) pleitear a constituição de órgão colegiado local, respeitada a legislação em vigor; (V) cobrar prestação de contas, elaboração e aprovação de atas das deliberações do Conselho de Curso dessa unidade, entre outros".

Se a situação no movimento sindical já estava tensa, e muito, devido ao relatado até agora ela piorou após a demissão de Claudionor Brandão, funcionário da USP e dirigente do Sintusp há mais de 20 anos.

No dia 9 de dezembro de 2008, pouco tempo depois de cumprir suspensão de 15 dias por ter participado de um ato contra os Decretos do governador José Serra em 2007, Brandão recebeu sua carta de demissão.

A justificativa da Reitoria da Usp para tal atitude foi a finalização de um outro processo administrativo que vinha se prolongando desde 2005 e que teve seu parecer final elaborado agora.

Brandão não é só um funcionário da Usp, é um dirigente sindical com uma imensa história de defesa dos trabalhadores, mas também da universidade como um todo. Sua demissão, neste momento, quando a universidade está esvaziada por conta das férias de final de ano demonstra a maneira insidiosa como a Reitora da Usp quer conduzir este jogo. E não apenas sobre os funcionários, mas também sobre lideranças estudantis.

Mesmo com todas as dificuldades devido ao recesso que se aproxima a falta de docentes e estudantes já em férias o Sintusp convocou no dia 16 um ato em frente à reitoria que contou com a presença maciça de funcionários, docente e estudantes.
Nomes de peso dentro das universidades brasileiras, mas também intelectuais, políticos e entidades nacionais e internacionais, entre outros a Secretaria de Direitos Humanos do governo federal, estão se mobilizando em protesto pela sua demissão e requerendo sua reincorporação junto à administração da Usp. O abaixo-assinado em favor de Brandão vem crescendo a cada dia (para ver a lista dos apoios acesse: http://contraademissaodebrandao.blogspot.com/)

Permitir que atitudes como estas fiquem sem respostas é permitir que os movimentos sociais e sindicais se tornem cada vez mais vítimas de uma tirania que busca resolver divergências legítimas por meio de processos administrativos.

Trata-se, na realidade, da tentativa de destruir as organizações dos trabalhadores seja pela demissão de suas direções, seja pelo processo de estrangulamento econômico via multas astronômicas.

NÃO À CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS!
SIM À LIBERDADE DE EXPRESSÃO E OPINIÃO DOS TRABALHADORES BRASILEIROS!

No aniversário de 60 anos da Declaração dos Direitos Humanos é preciso, mais do que nunca, reafirmar o mais fundamental deles: o direito à vida!!!



Veja os documentos referente ao caso:

Documento da ADUNESP

Documento do Fórum das Seis

Ofício ao CRUESP

Ofício à Reitora da USP

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Discurso de José Genoino na Câmara dos Deputados

CÂMARA DOS DEPUTADOS – DETAQ
Sessão: 314.2.53.O
Data: 10/12/2008

O SR. JOSÉ GENOÍNO – Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) – Tem V. Exa. a palavra.
O SR. JOSÉ GENOÍNO (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, quero fazer um apelo à Reitoria da Universidade de São Paulo em relação à demissão de um dirigente sindical por justa causa, o sindicalista Brandão, o que está gerando um clima de intranqüilidade e insegurança tanto na associação dos professores, no DCE, como no SINTUSP. Faço esse apelo para que se volte atrás nessa demissão nesse final de ano, o que gera um clima de intranqüilidade.
Acabo de receber esse comunicado. Solicitaram que eu fizesse esse apelo na tribuna da Câmara para que a Reitoria da USP voltasse atrás nessa demissão por justa causa, Sr. Presidente.

Abaixo-assinado contra a demissão de Claudionor Brandão

SINDICATO DOS TRABALHADORES DA USP

DCE USP – atual gestão: Vez e Voz e a gestão eleita: Nada Será Como Antes

Adusp – Associação dos Docentes da USP

No dia 09/12/08, a reitoria da Universidade de São Paulo demitiu, alegando justa causa, o diretor do SINTUSP e representante eleito dos funcionários no Conselho Universitário, Claudionor Brandão. Essa medida faz parte de um processo de perseguição e punição a setores do movimento operário, estudantil e de movimentos sociais. Brandão fez parte, em diversos momentos, das lutas em defesa da universidade pública e da educação de qualidade e é por esse motivo que agora a reitoria da USP tenta colocá-lo na cada vez mais longa lista de demitidos políticos pelo país a fora.
Como delegado sindical e diretor do SINTUSP eleito em fóruns da categoria, Brandão sempre esteve à frente da defesa dos interesses do conjunto dos trabalhadores da universidade, se pautando em deliberações legitimamente tomadas pelos trabalhadores em suas assembléias e instâncias de decisão. Por tudo isso, as entidades, associações e movimentos abaixo-assinados REPUDIAM A DEMISSÃO do diretor do SINTUSP Claudionor Brandão. Trata-se de um ataque duríssimo à liberdade de organização sindical e política dos trabalhadores, estudantes e ao próprio SINTUSP.
Exigimos a REINCORPORAÇÃO IMEDIATA E INCONDICIONAL de Claudionor Brandão aos quadros da universidade e a retirada de todos os processos administrativos e sindicâncias aos estudantes, trabalhadores e professores que lutaram em defesa da universidade.

Favor enviar adesões para: sintusp1@terra.com.br
com cópia para
contraademissaodobrandao@yahoo.com.br

Grupo PRÁXIS : Pela readmissão imediata de Claudionor Brandão

PRÁXIS

Pela readmissão imediata de Claudionor Brandão

A crise econômica começa a ser sentida de várias formas pelos trabalhadores no Brasil e no mundo. Só nos EUA 500 mil trabalhadores perderam os seus empregos, a previsão da ONU é mais 20 milhões demissões em 2009.



Diante da crise histórica do capitalismo, para manter suas margens de lucro, a burguesia e o seu Estado atacam sistematicamente os trabalhadores, suas organizações e seus representantes.



Mas estes já começam a dar sinais de que não vão aceitar passivamente as políticas anticrise da classe dominante, ou seja, várias formas de resistência estão sendo desenvolvidas em todo o planeta, tais como greves, ocupações, atos etc.



É dentro deste contexto de agudização da luta de classes que se insere a demissão de Claudionor Brandão, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (SINTUSP) e militante da Liga Estratégia Revolucionária (LER-QI).



O companheiro foi eleito em 2007 e tinha estabilidade sindical garantida por lei, assim a sua demissão foi perpetrada por “justa causa”, sob a grave acusação de ”faltas graves”, como, por exemplo, dirigir piquetes e paralisações nas greves de 2005 e 2006.



Esta demissão no período de férias dos estudantes e recesso dos trabalhadores é parte de uma estratégia mais ampla de ameaças, demissões e até execuções, como a dos três companheiros da C-Cura (Central sindical opositora ao governo de Hugo Chaves) que foram assassinados depois de encabeçar uma mobilização de resistência e enfrentamento com a patronal e a polícia.



Brandão foi demitido porque a reitoria da USP - aríete do governador José Serra do PSDB - precisa criar melhores condições para dar continuidade a outras ofensivas contra a universidade pública no Estado de São Paulo - pois, a ocupação da reitoria, com duração de 51 dias em 2007, colocou concretamente para os trabalhadores e estudantes desta que com luta é possível resistir - por isso o ataque às lideranças dos trabalhadores.



É importante atentar para o fato que esta demissão de uma liderança sindical e política é apenas a ponta do iceberg, ou seja, uma série de outros processos políticos está se avolumando e sendo preparados para efetivar o afastamento de suas bases de outras lideranças com o objetivo de dificultar a resistência dos trabalhadores.



Assim, o Práxis como parte da Corrente Internacional Socialismo ou Barbárie se solidariza integralmente com a campanha pela readmissão imediata de Claudionor Brandão, como uma das formas de resistir à ofensiva contra os ataques às lideranças combativas da nossa classe, e, também, para neste momento de crise sistêmica do capitalismo, a classe trabalhadora possa ir para além das lutas de resistência imediata e incorporem a luta contra o capitalismo e a construção do socialismo como bandeiras cotidianas.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Boletim do Sintusp nº 78



Clique na imagem para ampliar.

Fotos do Ato CONTRA A DEMISSÃO DO BRANDÃO





Jamil Murad - Vereador de São Paulo - PCdo B

Edmundo - Representante da ADUNICAMP e coordenador do Fórum das Seis

Chico Miraglia - Representante da ADUSP

Leonel Itaussu - Professor da FFLCH/USP

João Inácio - Diretor do Sintunesp

Dirceu Travesso - Dirigente do PSTU - Conlutas

Pablito - Funcionário da USP e dirigente da LER-QI

Milton - Movimento Negro Unificado (MNU)

Thiago Barba - Estudante da PUC-SP e militante da LER-QI

Maracatu agita ato em defesa da Readmissão do Brandão

Moção Comissão Calourada Unesp/Marília

Comissão de Calourada Estudantil 2009 – UNESP Marília

Moção de repúdio à demissão de Claudionor Brandão

Nós, estudantes que nos organizamos para programar a calourada 2009, conforme deliberação de Assembléia Geral dos Estudantes de Marília, viemos através desta manifestar nosso repúdio a Reitoria da USP, que tem como sua figura máxima a reitora Sueli Vilela, a qual se utilizou do período de férias para demitir, por "justa causa", o trabalhador Claudionor Brandão, integrante do Sindicato de Funcionários da USP, alegando sua participação na luta dos trabalhadores.

Infelizmente vivemos num País de valores invertidos, em 2007 os estudantes ocuparam a Reitoria da USP e tornaram público documentos oficiais que comprovavam o favorecimento por parte da Reitoria para que membros do governo do Estado de São Paulo indicados fossem favorecidos no processo de seleção para o mestrado da mesma universidade, no entanto ninguém foi punido por este episódio. Em 2008, acompanhamos a luta dos estudantes da UnB pela derrubada de um Reitor comprovadamente corrupto, que gastava dinheiro público para comprar, entre outros objetos, lixeiras e abridores de lata de banhados a ouro, no entanto esse também não foi punido. Da mesma forma, no Governo Federal observamos diversos casos de corrupção, que também “acabam em pizza”, no entanto quando estudantes, trabalhadores e professores lutam por uma Universidade Pública, Livre, Democrática, Laica, Gratuita, de Qualidade, Para Todos e a Serviço das Demandas da Maioria da População, esses são perseguidos e punidos, por “justa causa”.

Para nós esta medida se mostra claramente anti-democrática, pois se faz como um ataque direto a todo movimento que luta por justiça social em nosso País , é por esse motivo que entendemos que um ataque a qualquer lutador é um ataque a todos os lutadores, e exigimos a imediata reincorporação de Claudionor Brandão ao quadro de funcionários da USP.

Chamamos todas as Entidades Estudantis, Operárias, Populares e de Direitos Humanos a se somarem nesta luta pelo livre direito de organização dos trabalhadores! É necessário que estejamos fortes e unidos como um só punho, para que todos saibam que: Se Atacam Um, Atacam Todos!

Pela imediata readmissão do companheiro Brandão ao quadro de funcionários da USP!
Nenhum ataque ao movimento sindical, estudantil e popular!
Por uma Universidade Pública, Livre, Democrática, Laica, Gratuita, de Qualidade, Para Todos e a Serviço das Demandas da Maioria da População!

Nota Repúdio da Consulta Popular - Franca/SP

Nota de repúdio

Nós, da Consulta Popular de Franca, vimos por meio desta nota repudiar a demissão do líder sindical e lutador da classe trabalhadora Claudionor Brandão, bem como prestar nossa solidariedade ao companheiro diretor do Sintusp.

Sua demissão representa um ataque a toda classe e aos estudantes, à medida que a perseguição se direciona contra aquele que se dedica à defesa de uma Educação pública, gratuita, de qualidade e a serviço do povo.

Mas isso não é uma novidade. Todo lutador que, conforme Brandão, não admitir os ataques das reitorias à Educação, e se colocar à ofensiva, decerto será perseguido. No entanto, é preciso que neste momento de crise, onde a Educação Pública provavelmente será atingida pelas tentativas de recomposição do capital, multipliquem- se os Brandões.

Concordamos com a reitora da USP, Sueli Vilela: é justa a causa de Brandão. Mas saibamos que nos marcos da Universidade do capital, a recompensa por luta tão justa e necessária será a demissão – mesmo que ilegal – daqueles que se colocam em movimento. E isso, antes de retrair o movimento sindical, deverá ser mote para campanhas unitárias; ensinará a classe trabalhadora que é preciso construir um Projeto Alternativo de Poder.

Engrossamos, portanto, as fileiras de defesa da Educação Pública e de um sindicalismo combativo.

Pela readmissão incondicional e imediata de Claudionor Brandão aos quadros da USP! Pela Educação pública, gratuita, de qualidade e a serviço do povo!

Viva a luta da classe trabalhadora!

Consulta Popular – Franca/SP

Entrevista com Brandão - site PCO

Entrevista
A USP é uma ditadura: “A burocracia universitária despreza os funcionários e sequer reconhece o direito de que eles tenham sindicato”

O companheiro Claudionor Brandão, diretor do SINTUSP - Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Estadual de São Paulo - falou ao Causa Operária sobre sua demissão e os ataques ao Sindicato e da luta contra as demissões na USP e em todo o País14 de dezembro de 2008

Causa Operária - A quanto tempo você trabalha na USP e quais as atividades que desempenhava como funcionário e como militante sindical?
Claudionor Brandão - Ingressei na USP há 21 anos, sou mecânico de refrigeração. Participei ativamente de todas as lutas dos funcionários nos últimos anos e, pela terceira vez, participo da diretoria do SINTUSP. Fui eleito pelos funcionários para integrar o Conselho Universitário.

Causa Operária - Na USP e nas demais universidade públicas há uma enorme onda repressiva contra a juventude e os funcionários por parte da burocracia universitária, qual o pretexto da reitoria para sua demissão?
Brandão - Montaram um processo fajuto iniciado pela direção da FAU [Faculdade de Arquitetura e Urbanismo], cujo antigo diretor, que iniciou o processo, agora é secretário do Serra. A principal acusação é a de que eu teria, em 2005, invadido a biblioteca da FAU à frente de estranhos, feito ameaças aos funcionários, colocado em risco o patrimônio e o acervo da biblioteca e ainda desacatado o diretor da Faculdade.

Causa Operária - O que de fato aconteceu?
Brandão - Estávamos em greve e eu pertencia ao Comando de Greve da categoria. O diretor da FAU agia como se fosse dono da Faculdade e agia em clara coação para que os servidores não participassem da greve decidida pela categoria, como foi denunciado por vários companheiros. Ele decidiu que ia manter a biblioteca aberta, sem respeitar a opinião dos funcionários. Junto com diretores do Sindicato reunimos os funcionários da FAU que, por unanimidade, decidiram que a biblioteca devia ser fechada. Foi formada uma comissão, da qual eu fazia parte e nos dirigimos à biblioteca, junto com algumas dezenas de funcionários para conversar com os poucos trabalhadores que ainda estavam lá sob coação do diretor.Todo o resto é pura provocação e invenção do diretor.

Causa Operária - Foi o único processo contra você por parte da administração da USP?
Brandão – Não, são três processos encadeados. O primeiro é de 2000. Neste ano, um grupo de fura-greves, reunidos pela reitoria de diversos restaurantes, um punhado de cada lugar; na tentativa de fazer funcionar o Restaurante da Física. Os trabalhadores realizavam uma passeata para pressionar pelo fechamento do Restaurante e pela adesão à greve.Eles lançaram a acusação de que teriam jogado amônia no local para forçar a saída dos que furavam a greve e me apontaram como o responsável pelo ocorrido, instaurando um processo contra mim. O procurador responsável concluiu que não foi possível provar a minha participação (sequer conseguiram provar que eu estivesse nas proximidades no momento do ocorrido), mas aí apontou a necessidade de que eu fosse punido por ter "concorrido" para o que aconteceu. Tomei cinco dias de suspensão. Em 2006, outro processo. Uma empresa terceirizada que prestava serviço na Faculdade de Educação realizou cerca de 100 demissões e cometia uma série de irregularidades contra os seus empregados, que trabalhavam em péssimas condições, ao ponto de serem forçadas a fazerem suas refeições no banheiro porque a chefia não deixava que almoçassem no Restaurante da Faculdade. Organizamos uma mobilização na qual participavam uma maioria de mulheres e estava marcada uma negociação na Reitoria. Eles tentaram impedir o Sintusp de representar os funcionários, trazendo uns pelegos, diretores de um Sindicato de Trabalhadores no Asseio, SIemaco, com um monte de bate-paus, que vieram nos agredir e tentar impedir que participássemos da reunião. Fomos violentamente agredidos e os seguranças da Reitoria fecharam as portas para que não entrássemos. Já muito machucados tivemos que forçar a entrada, até por uma questão de segurança diante das agressões. Alguns vidros foram quebrados. O Sintusp chegou até a pagar pelas vidraças, mas de novo nos processaram e tomei uma suspensão de vinte dias, sob a alegação de que estaria "defendendo interesses estranhos aos dos funcionários da USP" e desta forma cometendo um "desvio de minha função sindical". É uma ditadura em que eles querem dizer até qual é a nossa função.

Causa Operária - E o terceiro é esse que resultou na demissão?
Brandão - Isso mesmo. Em 2005, depois de intensa pressão de estudantes, funcionários e professores, conseguimos que a ALESP [Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo] aprovasse um pequeno aumento no orçamento das universidades estaduais. O então governador Alckmin vetou este aumento e iniciamos uma mobilização.

Causa Operária - Há outros companheiros do Sintusp sendo processados?
Brandão – Sim, há vários diretores como o Aníbal, Zelito, companheiros do Interior como o Germano, de São Carlos e o Osni, de Piracicaba, vários ex-diretores que também respondem processos.

Causa Operária - Trata-se da violação da liberdade de organização sindical. Há também um processo contra o Sindicato?
Brandão - É, por supostos danos causados na ocupação da reitoria de 2007, em que estamos sendo sentenciados a pagar mais de R$ 360 mil, em um aberto ataque à nossa organização sindical. A burocracia universitária despreza os funcionários e sequer reconhece o direito de que eles tenham sindicato, acham que é um absurdo ter um sindicato dos trabalhadores da USP. Querem abrir caminho para novos ataques que vão ficar cada vez mais duros diante do agravamento da crise que estamos vendo.

Causa Operária - As demissões só podem ser barradas por meio da mobilização dos trabalhadores. Quais as propostas que vocês têm para essa luta?
Brandão - Sabemos que sem mobilizar é impossível barrar as demissões. Estamos realizando assembléias e foi aprovada uma paralisação no dia 16, com ato em frente à Reitoria. Nesse dia acontece a reunião do Conselho Universitário que vai deliberar sobre o orçamento da USP para 2009. Em uma primeira assembléia na prefeitura com centenas de trabalhadores, logo após o comunicado da minha demissão, houve a proposta de greve por tempo indeterminado, mas entendemos que enfrentamos neste momento dificuldades objetivas para uma mobilização de maior envergadura: estamos no fim do ano e há uma grande dispersão, a USP fecha no próximo dia 19, a maioria dos estudantes já estão de férias e temos pouco tempo, agora, para uma mobilização interna. A Universidade reabre no dia 5 de janeiro mas apenas com uma parte dos trabalhadores, já que 60% deles têm férias em janeiro.

Causa Operária - O PCO defendeu no ato uma ampla mobilização que extrapole os muros da USP, a realização de uma campanha nacional contra sua demissão e contra as demissões em geral, como você vê esta proposta?
Brandão - Estamos plenamente de acordo com realizar uma campanha nacional, de buscar uma frente para lutar, estamos cobrando da Conlutas e temos em mente que não se trata da defesa isolada, da luta apenas contra minha demissão, achamos que é necessária uma frente única de luta dos que estão contra as demissões. Propusemos também um encontro regional aqui em São Paulo para juntar forças e lutar contra todas as demissões.

Fonte: http://www.pco.org.br/conoticias/imprimir_materia.php?mat=11158

OPINIÃO - Michel Silva

Na USP, ditadura ontem e hoje*
Por Michel Silva

Desde o primeiro momento em que recebi a notícia da demissão por “justa causa” do camarada Brandão, não pude deixar de lembrar da larga trajetória de políticas de repressão dentro da Universidade de São Paulo (USP) e da forma como foi utilizado o Ato Institucional nº 5 (AI-5) para acabar com a presença dos “subversivos”. Foi por meio do AI-5, visando derrotar o avanço das lutas de resistência à ditadura nos anos 1966 e 1968, que os ditadores puderem prender, torturar e matar tendo a seu favor a “legalidade”. Hoje, sob o governo dos democratas cínicos, a reitora da USP e seus aliados da burocracia universitária têm condições de “legalmente” demitir Brandão e qualquer outro trabalhador da universidade, inclusive professores, e também reprimir os estudantes da forma como achar mais conveniente.

Embora tenha sido o AI-5 a ferramenta “legal” privilegiada para pôr fim a qualquer forma de pensamento crítico dentro da USP, datam de 1964 os inquéritos que investigavam a atuação de “marxistas” e “subversivos”. Logo nos primeiros meses após o golpe, a USP tinha a lista dos “subversivos” que poderiam pôr em risco a dominação dentro da universidade ou utilizá-la como espaço de crítica e debate. Não foi preciso o AI-5 para que as primeiras demissões fossem efetuadas na USP, principalmente da Faculdade de Medicina. Também data de antes do AI-5 a presença, com aval da administração universitária, da polícia na vida universitária, por meio de inquéritos, prisões e, certamente, torturas.

Como parte da repressão, foram elaboradas listas de cassações e demissões, que atingiram a USP em 28 de abril de 1969. O presidente da república, usando o AI-5, aposentou 42 pessoas que ocupavam cargos na administração pública, entre os quais Bolívar Lamounier, Florestan Fernandes e Mirian Limoeiro Cardoso. O protesto do então reitor da USP, Hélio Lourenço de Oliveira, pela demissão dos professores da universidade Florestan Fernandes, Jayme Timno e João Batista Villanova Artigas, teve como resposta a demissão do próprio reitor e de outros 23 professores, entre os quais Caio Prado Junior, Emília Viotti da Costa, Fernando Henrique Cardoso, Jean Claude Bernardet, José Arthur Gianotti e Octávio Ianni. Por meio desses dois decretos, os “incômodos” professores que vinham sendo investigados desde 1964, em sindicâncias internas e inquéritos policiais, estavam fora da USP. Na administração do novo reitor, professor Alfredo Buzaid, ligado ao professor da USP e então Ministro da Justiça Luiz Antônio de Gama e Silva, não se ouviu da burocracia universitária nenhum novo protesto.

Hoje, o cenário nas universidades não é muito diferente. De norte a sul do país, estudantes são considerados criminosos por lutarem pelos seus direitos mais elementares, como comer e ter um lugar para morar, bem como pela defesa da universidade pública e gratuita. Os setores combativos dos professores, que se articulavam por meio do seu sindicato nacional, o ANDES, vêm sofrendo com sistemáticos ataques por parte do governo federal e do sindicalismo governista, inclusive tendo de enfrentar a fundação de um sindicato paralelo. Os servidores não escapam a essa repressão, como na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde dirigentes sindicais dos trabalhadores e estudantes respondem a processo pela ocupação de uma reunião do conselho universitário em 2005.

Na USP de hoje, vêse repressão aos estudantes, ataques sistemáticos ao SINTUSP e diferentes medidas repressivas contra professores. Uma síntese disso é a demissão de Brandão, militante que é exemplo de dedicação à luta dos trabalhadores, sempre na defesa da universidade pública e pela revolução socialista. Se nestes dias lembramos os quarenta anos do AI-5, não podemos deixar de levar em conta que, faltando pouco para que se comemore os trinta anos da revogação do mesmo, o regime política que sustenta os interesses dos capitalistas continua a utilizar a “legalidade” para impedir as lutas mais legítimas dos trabalhadores. Mesmo num centro de produção de ciência, que deveria estar aberto ao diálogo e ao confronto de idéias, persistem tanto políticas para silenciar as posições críticas como as ações fascistas de eliminação das posições divergentes.

Porém, a história se repete como farsa, e agora estamos vendo os que foram ameaçados e cassados pela ditadura (principalmente os tucanos do PSDB) sendo responsáveis pela “legalidade” da perseguição contra os dissidentes e lutadores sociais.

*Texto extraído do Jornal Palavra Operária, no. 51 (www.ler-qi.org)

Michel Silva, graduando em História na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e membro do colegiado do Memorial dos Direitos Humanos (MDH) de Santa Catarina

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Carta do BRANDÃO aos apoiadores

A minha demissão não é um ataque a um indivíduo. O que a reitoria está tentando aniquilar quando me demite é mais do que a minha pessoa, é a organização e combatividade dos trabalhadores da USP. O que essa burocracia acadêmica está tentando matar nas pessoas dos meus companheiros diretores e ativistas do SINTUSP que estão processados, correndo o risco de serem demitidos como eu, é a tradição de luta dos trabalhadores da USP e do seu sindicato. O que a reitoria está tentando neutralizar nas pessoas dos estudantes que estão processados, correndo o risco de serem jubilados, expulsos da universidade, é a combatividade de um novo movimento estudantil que começou com a ocupação da reitoria da USP no ano passado e se espalhou pelo país. Por isso, as inúmeras manifestações de apoio, solidariedade e repúdio à minha demissão e de exigência da reintegração e retirada de todos os processos administrativos que a reitoria está movendo contra os lutadores operários e estudantis da USP merecem mais do que o meu simples agradecimento; merecem ser saudadas como parte da luta em defesa do direito e da liberdade de organização e atuação política e sindical dos trabalhadores, professores e estudantes da USP; uma luta que nos oferece a oportunidade de educar importantes segmentos da vanguarda a respeito da importância e da necessidade do exercício do internacionalismo e da solidariedade de classe dos trabalhadores.

Nota da LER-QI sobre a Paralisação e o ato na USP de 16/12

PARALISAÇÃO NA USP E ATO COM MAIS DE 1000 DÃO GRANDE EXEMPLO DE MOBILIZAÇÃO EM DEFESA DE BRANDÃO E DO SINTUSP!!!!


Se a reitoria e Serra esperavam que seu ataque ao Sindicato dos Trabalhadores da USP e à universidade com a demissão de Claudionor Brandão, diretor do Sintusp e representante eleito dos funcionários no Conselho Universitário, não iria obter resposta se fosse realizado no período de férias, quando não somente estudantes e professores, mas também amplos setores dos funcionários já não estão na USP, estavam profundamente enganados.

Depois de uma semana de intensa campanha democrática, que vem ganhando apoio não somente na massa dos trabalhadores da universidade, entre os estudantes que organizaram um acampamento em frente à reitoria e entre as entidades do Fórum das Seis, mas em todo o país, com uma valiosa solidariedade de todas as organizações de esquerda, dezenas de intelectuais, parlamentares, personalidades da cultura, diversas entidades sindicais e estudantis, diversos organismos e personalidades dos direitos humanos que já denunciaram a ilegalidade de tal medida, além de apoios internacionais, o dia 16/12 se transformou num primeiro marco político contundente da campanha.

Os trabalhadores da USP deram um grande exemplo de combatividade encampando o chamado do Sintusp para defender seus dirigentes sindicais e sua entidade. Desde cedo, os trabalhadores da USP realizaram paralisação em diversas unidades importantes e organizaram um piquete na reitoria, onde ocorreria uma reunião do Conselho Universitário, para exigir a reintegração imediata de Brandão. Antes do ato político começar, já havia mais de 200 pessoas na porta da reitoria, o que obrigou a burocracia acadêmica a realizar o Conselho Universitário no IPEN, sob a guarda de fuzileiros navais.

Às 8:00, já éramos centenas em frente à reitoria num grande ato político, que foi crescendo com a chegada dos trabalhadores na USP e contou com a presença de mais de mil ativistas e diversas personalidades.

Participaram do ato políticos e parlamentares como Jamil Murad (vereador do PC do B), Eliseu Gabriel (Vereador PSB) e um representante do mandato de Ivan Valente (PSOL). Intelectuais e professores como Leonel Itaussu (Prof. da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), Chico Miraglia (ADUSP), Milton Vieira (Adunesp), Edmundo Fernandes (Adunicamp e coordenador do Fórum das Seis), Osvaldo Coggiola (Prof. do Depto. de História – USP); Entidades sindicais, estudantis e movimentos sociais da Coordenação nacional de Lutas (CONLUTAS), Sindicato dos Trabalhadores da UNESP, Diretório Central dos Estudantes da USP, Diretório Central dos Estudantes da UNESP, Movimento Negro Unificado (MNU) e militantes de correntes e partidos políticos como a Liga Estratégia Revolucionária, Movimento A Plenos Pulmões, Partido Socialismo e Liberdade, Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, Partido da Causa Operária, Movimento Negação da Negação, Liga Bolchevique Internacionalista, Movimento Resistência e Ação e outras.

As diversas intervenções ressaltaram o caráter político da demissão por “justa causa” do companheiro Brandão, que para além do ataque à figura do companheiro, representa um ataque ao Sintusp e a liberdade de organização política e sindical do conjunto dos trabalhadores, o que é o motivo de fundo para tamanha mobilização que vem se dando ao redor da campanha em plenas férias.

Muitas falas colocaram a importância de uma resposta à demissão de Brandão no marco dos demais ataques sofridos pelos trabalhadores de diversas categorias que já sentem sobre suas costas os efeitos da crise econômica através de demissões, PDVs, férias coletivas e retirada de direitos. Para o funcionalismo público de São Paulo, a Assembléia Legislativa já aprovou a PL 56 que prevê, entre outras medidas, a extinção de mais de 5.000 cargos de nível básico para avançar ainda mais com a terceirização e a privatização da universidade pública.

Mostrou-se fundamental o papel dos estudantes, acampados em frente à reitoria que contribuíram com a mobilização dos trabalhadores participando ativamente das reuniões de unidade e organizando ações de protesto pela universidade. Essa unidade entre estudantes e trabalhadores da USP é fundamental, já que a repressão atinge ambas as categorias, com ataques aos espaços, câmeras espalhadas por toda a universidade, multas absurdas contra as entidades e para barrar esses ataques é necessária a força dessa aliança.

Durante o ato, estudantes e trabalhadores chamaram palavras de ordem em defesa de Brandão e do Sintusp e um grupo de maracatu organizado por estudantes ajudou a agitar as intervenções além das manifestações dos próprios trabalhadores com apitos e faixas de protesto.

Apesar do peso político do ato e da paralisação, a reitora Suely Vilela mostrou sua completa intransigência e sequer se dispôs a sentar para negociar, com nenhum representante que seja. Isso mostra como as forças que acumulamos rapidamente terão que se transformar em algo superior para derrotar a reitoria e o governo e readmitir Brandão, por isso, chamamos os apoiadores a discutir os próximos passos e medidas concretas de ação.

Neste sentido, reforçamos e apoiamos o chamado feito pelo Sintusp a organizarmos um Encontro Regional de Trabalhadores e Estudantes para o início de 2009, que sirva como ponto de apoio não somente para aprofundar a campanha contra a demissão do Brandão, se esta não for revertida até lá, para transformar essa frente única democrática em algo ainda superior, para lutar contra todas as perseguições aos estudantes, funcionários, professores e movimentos sociais que vem se aprofundando nacionalmente. Para ligar essa luta contra a repressão à luta contra os ataques de Serra e Suely à universidade. E destacadamente para preparar os trabalhadores e a juventude para enfrentar os capitalistas e os governos que estão descarregando a crise econômica sobre nossas costas, seguindo o exemplo das lutas que estão se dando em vários países do mundo, como na Itália, onde uma greve geral se deu sob a consigna levantada por trabalhadores e estudantes de “não pagaremos pela sua crise”, como na Grécia, onde a juventude está numa jornada de mobilizações a mais de uma semana e também houve uma greve geral, e vários outros países da Europa e América Latina, além das ocupações de fábrica que se deram nas terras de Obama e no norte da Alemanha.


Pela readmissão imediata do Brandão!

Contra a repressão aos trabalhadores, estudantes, professores e movimentos sociais!

Contra os ataques da reitoria e Serra à universidade!

Organizemos os trabalhadores e a juventude para que os capitalistas paguem pela crise!



Liga Estratégia Revolucionária

17/12/2008

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Declaração do Deputado Federal Ivan Valente na Camara

REITORIA DA USP ATACA A LIBERDADE DE ORGANIZAÇÃO SINDICAL

Sr. Presidente, Sras., e Srs. Deputados, assumo esta tribuna para denunciar uma grave arbitrariedade praticada pela Reitoria da USP – Universidade de São Paulo, que demitiu por justa causa o dirigente sindical Claudionor Brandão, do Sindicato dos Trabalhadores da USP, como resultado da conclusão de um processo administrativo aberto em 2005.

Sras. e Srs. Deputados, estamos surpresos com esta medida extrema por parte da Reitoria da universidade. Não cabe a uma instituição de ensino que tem uma tradição democrática como a USP, a prática de medidas que se caracterizam como perseguição política a funcionários e ataque a sua livre organização sindical. Ainda mais em um momento em que aqueles que valorizam, lutaram e lutam pela consolidação da democracia neste país resgatam em nossa memória coletiva os 40 anos da promulgação do AI-5 que impôs um conjunto de medidas de exceção, dentre elas a perda de direitos de associação e organização dos trabalhadores. É lamentável saber que ainda neste ano o Diretório Central dos Estudantes, DCE-Livre "Alexandre Vannucchi Leme", e o Sindicato dos Trabalhadores na USP – SINTUSP- estão sofrendo processo indenizatório em virtude da mobilização da ocupação da reitoria.

Chama a atenção também, o fato de que o anúncio da demissão ocorre às vésperas das festas natalinas, ocasião em que, como é de conhecimento de todos, há um esvaziamento natural da universidade, em função do estabelecimento das férias escolares, ou seja, período especialmente escolhido para dificultar a reação da comunidade a tais medidas.

Mas, não são é só esse o problema enfrentado pelos funcionários, estudantes e docentes da USP, pois estão sendo brindados também neste final de ano com uma proposta de reformulação do estatuto da USP que cria diferenciações injustificáveis na carreira universitária e entre servidores da ativa e inativos. Evidentemente, propostas de alteração do estatuto e da carreira devem ser conduzidas com a mais absoluta transparência, democracia e ampla participação de todos setores envolvidos, o que, infelizmente, não está ocorrendo.

Medidas como estas se coadunam com a visão tecnocrática de administração pública implementada pelo atual Governo do Estado de São Paulo, que adota a lógica de vigiar e punir o funcionalismo público e não de sua real valorização, comprometendo ainda mais a qualidade dos serviços públicos oferecidos à população.Desta forma, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, fazemos um apelo à Magnífica Reitora da Universidade de São Paulo, Profa. Dra. Suely Vilela, que revogue imediatamente esta injusta demissão e reabra os canais de discussão sobre o futuro da carreira universitária desta importante e prestigiada instituição.

Muito obrigado,
Ivan Valente Deputado Federal – PSOL/SP

Do site do MNN: Reitoria da USP ataca novamente nas férias: dirigente do Sintusp demitido

O processo de repressão avança a cada dia na USP! Na mesma semana em que o DCE (Diretório Central dos Estudantes) recebeu mais duas multas por greve e mobilizações feitas em outros anos (agora o valor total é de 1 milhão de reais!), Claudionor Brandão, um dos diretores do Sintusp (sindicato dos trabalhadores da universidade), foi demitido por "justa causa"!


O pretexto para a demissão foi um processo administrativo aberto durante a greve de 2005. Naquele ano, trabalhadores da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) enfrentaram o autoritarismo do então diretor Ricardo Toledo, que não queria deixar a unidade entrar em greve, e pediram apoio do comando de greve para realizar um piquete na biblioteca. Apesar do autoritarismo absurdo do diretor que intimidava os funcionários para que não fizessem greve, Brandão foi acusado de "invadir" a biblioteca (a pedido dos próprios funcionários?!), e o processo resultou na sua suspensão. Segundo o estatuto da USP, um trabalhador que receber mais de 2 suspensões pode ser demitido por qualquer motivo. Assim, acumulando 3 suspensões arbitrárias, todas por perseguição política, Brandão foi demitido por "justa causa".


Por trás do discurso legalista e burocrático está o ataque da Reitoria, que quer destruir tanto o movimento estudantil quanto a organização dos trabalhadores da USP. Diferentemente da ADUSP (associação dos professores) que traiu a forte greve de 2007 nas primeiras semanas, os estudantes e trabalhadores se mantiveram mobilizados por quase dois meses ocupando a Reitoria da USP.


Se nas férias de 2007 a burocracia universitária abriu sindicâncias e concretou o porão dos estudantes na FFLCH, agora a Reitoria aproveita as férias de 2008 para tentar acabar com o DCE e com o Sintusp. Se por um lado esse processo de repressão é devido às mobilizações dos anos anteriores, e sobretudo à do ano passado, por outro, é sem dúvida uma tentativa de desde já barrar as inevitáveis mobilizações que ocorrerão no Brasil por conta da crise econômica mundial.


Mais do que nunca, é necessário lutar para defender o direito mínimo e democrático de organização e manifestação. Algo que possa reorganizar e unificar tanto o movimento estudantil como o movimento dos trabalhadores da USP. Um luta que deve ser iniciada desde já, e intensificada no ano que vem a partir da calourada de 2009!


Readmissão imediata do companheiro Brandão!

Retirada das sindicâncias e processos judiciais contra os estudantes e funcionários da USP!

Defender os espaços estudantis!

Lutar contra a repressão!


www.movimentonn.org

Nota do JORNAL PUCVIVA N° 685 - 15/12/08

Demissão de funcionário na USP evidencia perseguição

Na terça-feira, 9/12, o funcionário Claudionor Brandão foi demitido pela reitoria da USP, que alegou justa causa. Brandão é dirigente sindical do Sintusp e representante eleito dos funcionários no Conselho Universitário. Ele foi acusado de faltas graves, por ter participado de piquetes e das paralisações de 2005 e 2006. Durante todo o período de participação, Claudionor Brandão agiu em defesa da educação pública e de qualidade, sempre seguindo as reivindicações definidas pelas assembléias da categoria.

Este ataque é a continuação da política de perseguição adotada pela reitora Sueli Vilela após a vitoriosa movimentação em 2007, quando a greve e a ocupação da Reitoria barraram os decretos do governo do Estado que afetavam gravemente a qualidade de ensino da universidade. Neste ano, porém, as mesmas resoluções que apareciam nos decretos estão sendo aprovadas de maneira silenciosa, enquanto o movimento da universidade é obrigado a lutar contra a repressão.

Em 4/11 foi realizado um ato público contra a repressão aos trabalhadores e estudantes da USP, com a presença do sociólogo Chico de Oliveira, o professor da USP Chico Miraglia, o deputado estadual Carlos Gianazzi (PSOL-SP), Dirceu Travesso, do PSTU e dirigente da Conlutas, além de outros nomes.

Todos que queiram apoiar a luta pela readmissão de Claudionor Brandão podem endossar o abaixo-assinado através dos e-mails sintusp@terra.com.br e contrademissaodo brandao@yahoo.com.br.

Os trabalhadores e estudantes da USP marcaram um ato pela readmissão de Brandão nessa terça-feira, 16/12. A concentração está marcada para as 6h e o ato terá início às 8h em frente à Reitoria da USP. Após a manifestação, os funcionário organizarão uma paralisação durante o resto do dia

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Paralisação e Ato AMANHÃ!

Clique na imagem para ampliar.

Declaração - Espaço Socialista

READMISSÃO IMEDIATA DE CLAUDIONOR BRANDÃO

Lamentavelmente no dia 09 de dezembro, o companheiro Claudionor Brandão, funcionário da USP (Universidade de São Paulo) foi, de forma arbitrária, demitido por justa causa. Contra qualquer argumento que a reitoria utilize, sabemos que essa demissão é política e uma ameaça ao conjunto dos trabalhadores, é uma ameaça aos lutadores.

O ataque contra um trabalhador é ataque contra a Classe trabalhadora. E um ataque a um militante é também um ataque a nós. O ataque contra uma liderança da classe, é um ataque contra o movimento, numa clara tentativa de desestabilizar e acuar o movimento.

O companheiro Brandão, um valoroso lutador do movimento sindical e político da esquerda, foi vítima de uma ilegalidade, uma arbitrariedade de uma reitora que entrega a universidade pública aos mais espúrios interesses do capital privado e de um governador conhecido pela sua truculência contra o movimento social. Essa demissão é uma afronta à estabilidade sindical e ao direito de organização dos trabalhadores, em especial, aos trabalhadores organizados do funcionalismo público.

O contexto dessa demissão é o ataque aos setores de luta e anti-governistas e visa silenciar os que resistem e resistirão aos ataques que estão sendo orquestrados pelo governo e pela burguesia. Os Governos Lula/Serra têm a política de atacar os setores mais organizados da classe para desestabilizá -los e assim, com mais facilidade, implantar as “Reformas” Neoliberais. Nesse momento de grave crise econômica esses governos, preocupados em salvar o grande capital, estão atacando os que lutam. Primeiro foi o companheiro Didi trabalhador da Nossa caixa, depois o companheiro William do BB e agora Brandão.

Esses fatos não são mera coincidência, é parte de um ataque orquestrado contra os trabalhadores e a esquerda. Por isso, mais do que nunca, que está colocada a necessidade da unidade da esquerda para enfrentar os ataques do governo, tanto na retirada de direitos quanto nas perseguições em curso. Por isso, nós do Espaço Socialista, defendemos a realização de um encontro nacional (precedido de encontros regionais) e que nesse momento seria fundamental para organizar a resistência em nível nacional.

Por isso, exigimos:
- A Readmissão imediata do companheiro Brandão e o reconhecimento da ilegalidade cometida. Fim de toda e qualquer perseguição aos trabalhadores;
-Fora Suely Vilela
-Por uma universidade pública e gratuita para todos. Universalizaçã o do ensino público;
-Pelo direito de organização sindical.

Espaço Socialista
São Bernardo do Campo, 14 de dezembro de 2008

domingo, 14 de dezembro de 2008

Depoimentos

Considero que a demissáo de Brandão é inadmissível, Como funcionário da USP há 21 anos, como sindicalista e membro do Consu, legitimamente eleito, não pode e não deve ser punido por defender os direitos dos trabalhadores da USP.Trata-se de uma arbitrariedade que desmoraliza a reitoria e o próprio Consu, Uma ampla mobilização imediata deve ser feita exigindo a sua reintegração. Punição merrecem aqueles membros da burocracia universitária que estão sucateando a USP e entregando o patrimônio público a empresas privadas e aos interesses do capital.

Hector Benoit (Professor Livre-Docente do Departamento de Filosofia da UNICAMP)

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Carta de Solidariedade

Queremos nos solidarizar ao companheiro Claudionor Brandão, trabalhador da USP e dirigente sindical do Sindicato de Trabalhadores da Universidade de São Paulo (USP) que foi demitido por motivações políticas, por participar e organizar greves e manifestações por melhores condições de trabalho e estudo. Esta medida da reitora Sueli apoiada pelos governos de Alckmin e Serra tem como objetivo combater as mobilizações recentes da universidade, como a ocupação de 2007, tentando dessa maneira intimidar qualquer ação dos estudantes, professores e trabalhadores classistas e combativos.
Apoiamos toda a luta pela readmissão incondicional e imediata e que siga adiante a construção da unidade dos trabalhadores da USP com os estudantes e professores para continuar a luta contra a burocracia universitária, o sucateamento,e a privatização da universidade.

Saudações Classistas e Combativas,
Ação Direta Estudantil

Niterói, 14 de dezembro de 2008

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Os trabalhadores numa sociedade capitalista dispõem somente do emprego de sua força de trabalho para sobreviver. A organização da classe trabalhadora, nesse sentido, é fundamental para que se possa diminuir a grande pressão e ameaça que nos é feita sempre que questionamos a ordem capitalista e/ou buscamos a ampliação de direitos para diminuir a exploração que é própria nas relações entre patrões e empregados. Muitas vezes de maneira velada, a ameaça é a demissão, e em se tratando de um representante da categoria, a demissão do Brandão representa uma tentativa de enfraquecer o próprio movimento dos trabalhadores, num primeiro momento na própria instiuição em que atua, mas com perigos de extensão em outras. Por tudo isso, repudio a demissão e insisto com os colegas que assinaram o abaixo-assinado para que o companheiro Brandão seja readmitido já!

Ramon Casas Vilarino (Doutor em Ciência Política e professor da Faculdade Sumaré).
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Bruno Guedes Nogueira - estudante de Ciências Sociais da Unesp Marília

Mais uma vez, como de praxe na burocracia universitaria, em momento de calmaria, deflagra golpes aos seus opositores. Sem respaldo de nada e nem ninguém, fora dos gabinetes autoritários da Reitoria, esta resolveu demitir um dos trabalhadores mais atrelados a história de lutas da Universidade São Paulo.
Venho aqui demonstrar meu total repudio a tal atitude e, me colocar a disposição dos próximos momentos, onde o contra-ataque deva ser construído, não só com os setores lutadores da universidade, mas também, com o conjunto da população, organizada ou não, que acredita como Brandão, que a Universidade deva se constituir como um espaço democrático, de qualidade, a serviço da maioria da população.

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Caros Camaradas

O MNN se solidariza e apóia integralmente a luta contra a demissão arbitrária do companheiro Brandão, um conhecido e respeitado combatente em todas as frentes de luta. A demissão do companheiro é uma clara perseguição política e mais um absurdo na lista de atitudes completamente inaceitáveis que a Reitoria da Universidade de São Paulo vêm tomando dia após dia, atacando violentamente os direitos mínimos de organização e luta dos trabalhadores e estudantes.

Este ataque é mais uma evidência dos rumos que tem tomado não só a universidade mas a própria conjuntura nacional e internacional: o avanço, a passos largos, de governos com traços cada vez mais bonapartistas, que restringem mais e mais os direitos mínimos de organização e luta da juventude e da classe trabalhadora mundiais.

Pelo direito de livre organização!
Pela readimissão imediata do companheiro Brandão!

Direção Nacional do Movimento Negação da Negação

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A Diretoria da APROPUCSP apoia a luta pela readimissão imediata de

Brandão na USP!

Brandão é funcionário da USP há 21 anos, dirigente sindical do
SINTUSP, desde 2007, e foi demitido arbitrariamente pela reitora da
USP Sueli Vilela com a conivência da maioria da burocracia do CONSUN.
Esta ê uma medida reacionária para impedir a luta dos funcionârios,
estudantes e professores da USP que vem resistindo aos ataques e a
destruição do ensino por medidas do governo tucano Alckimim e Serra,
Os funcionários, estudantes e professores demonstraram sua
combatividade em defesa da educação pública, laica, gratuita, de
qualidade com a greve de 2007, com atos e mobilizações as quais temos
apoiado. Assim como em várias universidades públicas do país apoiamos
as lutas contra a reforma do governo Lula, privatista, mercantil. Na
PUCSP lutamos nos últimos quatro anos contra a intervenção da
Fundação, o autoritarismo da Reitora Maura Veras, a subordinação aos
bancos, as demissões em massa de funcionários e professores, a invasão
do campus pela tropa de choque, a sindicância aos alunos. A luta é uma
só! Em defesa do ensino e das condições de trabalho!
A luta pela readmissão de Brandão ê uma luta de tods@s nós! Brandão
goza ainda dos direitos sindicais como dirigente do SINTUSP, portanto
esta demissão alêm de arbitrária é ilegal.
Pela readmissão imediata de Brandão!

Professora Beatriz Abramides-Presidente da APROPUCSP

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O capitalismo brasileiro é hoje administrado politicamente por um governo oriundo de dirigentes sindicais. Mas quando os sindicatos não se dedicam a domesticar os trabalhadores e quando os dirigentes sindicais não se transformam em burocratas para se converterem depois em capitalistas, então as autoridades vêem nisso uma «justa causa» para os demitir. Apelo a todas e todos que defendem um sindicalismo combativo e que lutam contra a privatização da universidade pública para se unirem em defesa do diretor do Sintusp, Claudionor Brandão.

João Bernardo

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Camaradas

Conheço Claudionor Brandão desde os princípios dos anos 90, ainda estando no Partido dos Trabalhadores (cada coisa que a gente fazia...); posteriormente, fundando o PSTU (... e continuamos a fazer...) e, ele sempre militando pela Classe Operária, quer no SINTUSP, quer na CUT Regional da Grande São Paulo - onde iniciamos o "Fora Collor"), quer nas madrugadas diante das portas dos Frigoríficos, quando de sua militância dentro do PSTU (fato que lhe acarretou agressões por parte de bate-paus da Causa Operária (hoje PCO).
Sempre encontrei o Brandão frente à todas as lutas. Tenho por esse Camarada um enorme apreço.
Envio por estas linhas, o meu total repúdio à essa punição imposta ao Diretor do SINTUSP, que partiu do governador José Serra, via gabinete da Reitoria da USP.
Saudando os que resistem e lutam.

Alfredo dos Santos (Coordenador do Instituto de Estudos Políticos Mário Alves (SP) e da Coordenação do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST)


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Brandão é um antigo funcionário da USP que sempre participou das lutas e dos movimentos sociais, sua demissão ataca o direito de livre organização sindical, pois ele é membro da diretoria do Sintusp, e representa uma clara atitude de desrespeito e falta de diálogo da reitoria da USP com as organizações representativas da comunidade universitária.

Henrique Carneiro - Prof. DH

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A demissão de Brandão na USP pelos prepostos do governador Serra não é um ato excepcional, isolado.
Faz parte de um projeto executado por esta espécie de organização capitaneada pelo governador Serra - logo Serra que foi presidente da UNE e exilado pelo regime militar - visando, além de gabaritar-se cada vez mais perante os representantes do capital, pois não é toa que, sem a super-exposição, bravatas, promessas e malabarismos como o Lula faz para manter-se em evidência e segurar os índices de popularidade, é apontado como o principal candidato à sucessão presidencial pela mídia.
Atua, inescrupulosamente, tirando do caminho seus reais críticos, afastando, demitindo, processando, contando com a colaboração de setores compactuados com este projeto na Justiça, Procuradoria, Legislativo, além do próprio poder Executivo exercido.
Foi assim com o Didi (Dirceu Travesso, oposição bancária), particularmente conosco no Metrô (duas demissões à muito custo revertidas, processo criminal tramitando no TJ e sequência de punições esdrúxulas), na radicalização contra o movimento dos policiais civis, na tratativa com os professores estaduais e também na USP, entre outros ataques, privatizações e projetos de privatizações, ações que dentre outras acabaram culminando na demissão do Brandão, ou melhor, culminando por ora - bola da vez -, pois com a instalação da crise econômica, é claro que o endurecimento contra seus críticos, obstáculos do seu projeto político que é a gestão da manutenção neoliberal com estado mínimo, terceirizações, privatizações etc, perdurará e piorará para que, cada vez mais, solidifique sua imagem de pulso firme e mão de ferro, na condução e manutenção dos interesses privados, fortalecendo seu perfil de candidato preferencial do nosso decadente capitalismo ao posto de gerente nível nacional.
Não nos resta alternativa senão nos organizar para reagir, resistir, enfrentar este processo, e quem sabe, com os efeitos deletérios e adversos que a crise imporá à classe trabalhadora - e já começou com demissões, férias coletivas e corte de orçamento de verbas destinadas à melhoria da qualidade de vida da população dentre outros- , consigamos contrapor e sobrepor a determinante influência do bombardeio midiático que sustenta o regime capitalista neoliberal como unilateral modo de vida em sociedade.

Ciro Moraes
oposição Alternativa/Conlutas metroviários S.P.
CST Nacional SP

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Conheço o camarada Brandão há bastante tempo. Militamos juntos na USP, ele à frente do Sintusp e eu como dirigente do DCE-Livre. Brandão é um companheiro comprometido com a luta em defesa dos interesses da classe trabalhadora e com a tranformação radical da sociedade. Por isso, conta com meu integral apoio. É evidente que sua demissão é política. Serra e sua serviçal na USP, Sueli Vilela, querem calar aqueles que se levantam contra seus desmandos. A comunidade uspiana e os lutadores comprometidos com a defesa de uma sociedade igualitária irão rechaçar com veemência a arbitrariedade cometida contra o companheiro. Pela reintegração do camarada Brandão! Ousar lutar, ousar vencer!

Lúcia Rodrigues
Jornalista, professora universitária e ex-diretora do DCE-Livre da USP Alexandre Vannuchi Leme - gestão É Preciso Ousar (92/93)

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Porque apóio a luta contra a demissão de Brandão.

Durante os vinte anos de ditadura militar, lutadores da classe trabalhadora batalharam pelo fim da censura, da perseguição, do extermínio dos opositores do regime, dos sindicatos amarelos e reivindicavam o direito de greve, a liberdade de expressão e de organização.
O fim da ditadura parecia ter terminado com isso. Mas, durante toda a década de 1980 e 90 muitos lutadores mudaram de lado, mas os que se mantiveram nas trincheiras da classe trabalhadora continuam firme e forte e servem de exemplo de toda uma nova geração.
A demissão de Brandão representa mais uma ação do Estado burguês contra a classe trabalhadora e um retrocesso à ditadura. Apóio a luta do companheiro por achar não podemos aceitar esse retrocesso e porque o que nós trabalhadores reivindicamos são mais militantes combativos, como o Brandão, mais direitos e condições para que possamos nos organizar em nossas entidades de base.

David Rehem

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As Universidades não se redemocratizaram com o fim da ditadura. Os reitores a tratam autoritariamente. No caso tratou de um procedimento equivalente a uma empresa privada. Do "dono" do capital.
Dai a minha solidariedade e que , no caso, sirva de bandeira para uma série de lutas para redemocratizar o ensino superior público.

Saudações!
Vanderley Caixe

Declaração do Profº Luizito em apoio a Brandão

"A demissão do Brandão prova que hoje ele é a figura mais importante ecrucial da Universidade de São Paulo.

Suas admiraveis qualidades, intelectuais, políticas e éticas, otornaram há muitos anos, além de representante sindical dos trabalhadores da USP, uma das vozes mais importantes da universidade viva e em lutapela transformacao radical do paísNo ano passado, Brandão foi figura decisiva na luta contra os decretos Serra e contra a privatização da universidade. Conduziu, junto com outros diretores do sintusp, com notável lucidez e maturidade - e quando o conjunto de professores falhou politicamente em se manter no processo com os estudantes -, a luta que manteve a Ocupação da reitoria e que foi decisiva para a revogação de parte dos decretos do governo.

Tive a honra de participar de muitas ações ao lado do Brandão e sei, de vê-lo atuar e de estar ao seu lado, que se o ideal de universidade pública ainda sobrevive, apesar de todos os ataques privatistas, deve em muito à ele.

As violências que se abatem contra o Br, e contra o SINTUSP - mais um horrível sinal do apartheid social que vige neste país - devem suscitar uma resposta firme, clara e consciente de todos os membros da universidade, sem distinção de categoria.

A violência do arbítrio, que ora incorre em novos graus de ilegalidade posto que se abate contra um dirigente sindical no pleno exercício do seu cargo,mostra que - além da luta para obtermos a permanência incondicional do Brandão na USP -, é hora de darmos um salto político, ou seja, de caminharmos para a unidade sindical:

para uma só central sindical para todos os membros da universidade, professores, estudantes e funcionários;

para o sufrágio universal e o voto direto para todos os cargos diretivos dauniversidade;

para a extinção da monarquia reitoral e do conselho universitário oligárquico - resquícios do entulho autoritário.

É hora enfim de colocarmos o objetivo da eleição de um parlamento universitário, por sufrágio universal e direto.Precisamos todos do Brandão e ele tem que estar na universidade, poisé a figura mais viva do seu sentido, do sentido que nosso trabalhotem. O que não tem direito e nem pode mais continuar na universidadesão as figura do entulho autoritário. Voto direto e universalcontra elas!"

do companheiro do Brandão, Luiz Renato Martins (ECA-USP, CENTRO DESFORMAS)

Em defesa do Brandão - Acampamento na USP!‏

Os trabalhadores da USP, reunidos em assembléia na última quinta feira, votaram a construção de um acampamento em frente à reitoria da universidade pela readmissão imediata de Claudionor Brandão, trabalhador e dirigente sindical da USP.

Estão no acampamento estudantes e trabalhadores da USP e de outras universidades. Chamamos todos os estudantes, jovens e trabalhadores a conhecerem e comporem o acampamento em defesa do Brandão. Com a perspectiva da crise capitalista, será cada vez mais importante que a juventude se alie aos trabalhadores contra os ataques dos governos e das patronais.

Como parte da campanha pela reincorporação do companheiro, acontecerão uma série de atividades durante o final de semana.


Terça-feira, dia 16 de dezembro, os trabalhadores da USP farão uma paralisação contra a demissão de Brandão. Chamamos a todos a participarem dos atos que acontecerão nesse dia a partir das 8hs, em frente a reitoria.

ass.
Movimento A Plenos Pulmões

Contra a demissão arbitrária, ilegal e antisindical do companheiro Brandão

No dia 08 de dezembro, Claudionor Brandão, dirigente sindical da USP e conhecida figura na luta pelos direitos da classe trabalhadora, foi demitido por "justa causa" pela reitoria. O que a reitoria não diz é que esta "justa causa" é exatamente as lutas e greves que Brandão ajudou a construir nos últimos anos para defender salários mais justos, mais direitos e o fim da precarização do trabalho na USP.
A demissão de Brandão não é um fato isolado, pelo contrário, há muito estamos acompanhando uma série de demissões de importantes lideranças sindicais. Faz parte de uma política milimetricamente orquestrada pelo Governo, patrões e burocracias acadêmicas para atacar os mais elementares direitos sindicais, enfraquecendo dessa forma as lutas do conjunto da classe trabalhadora.
Esse ato da reitoria contraria todos os príncipios da Constituição Federal e da CLT que garantem proteção e estabilidade aos dirigentes sindicais e também o direito ao exercício de greve. Mais uma amostra de que o governo, patrões e burocratas acadêmicos estão dispostos a "passar por cima da lei" quando se trata de proteger seus interesses e privilégios.
Desde o nosso ponto de vista essa demissão representa um grave atentado contra os direitos humanos, pois como já é consolidado, estes também abrangem as garantias e proteções ao trabalho e aos trabalhadores.
Chamamos todas as organizações de defesa dos trabalhadores e de Direitos Humanos, com especial chamado à RENAP e REPED para que possamos exigir a imediata reincorporação do companheiro Brandão.

ass.
Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos

sábado, 13 de dezembro de 2008

Do site da revista Caros Amigos : Uma demissão que fere a democracia

Uma demissão que fere a democracia

A reitora da USP, Suely Vilela, demite diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade. Uma ilegalidade no mínimo.

Gabriela Laurentiis e Rui Tresso

Chega o fim do ano. Na Universidade de São Paulo, USP, poucos estudantes podem ser vistos. Nesse momento a reitora Suely Vilela anuncia a demissão de Claudionor Brandão, funcionário da universidade há 21 anos, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP, Sintusp, e representante dos trabalhadores no Conselho Universitário.

Em 21 de setembro de 1987 Brandão começou a trabalhar na USP como técnico de refrigeração e ar condicionado. Menos de um ano depois, em 20 de agosto de 1988, se envolveu com a luta pela defesa dos direitos dos trabalhadores. Brandão explica que “foi durante a preparação de uma greve na universidade”.

No documento divulgado pelo Sintusp, os trabalhadores explicam que ‘’é natural que a demissão ocorra no mês de dezembro, já que é o mês de férias”, e se revoltam:
“Isso nos remete aos piores momentos da ditadura militar.”

O professor Ruy Braga, do departamento de história, afirma que “a demissão representa um claro ataque ao movimento sindical brasileiro”.

Claudionor Brandão tem grande importância para a universidade, Ruy Braga diz que “ele é uma das mais destacadas lideranças sindicais da USP”. Brandão merece o respeito e a confiança de funcionários, professores e estudantes.

Exatamente por seu prestigio e sua grande atuação, Brandão se tornou uma figura “perigosa” para a universidade, e no dia 9 de dezembro foi informado de sua demissão. A acusação principal é que teria participado de uma “invasão” da biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP durante a greve de 2005.

O que a reitoria classificou como invasão o funcionário entende como “um ato legitimo”. No qual ele, junto com outros trabalhadores da USP, entrou na biblioteca da FAU, para conversar com os funcionários e convocar para a greve.

Brandão explica que “o diretor da faculdade acusou ele e os outros funcionários de colocar em risco os trabalhadores e o acervo da biblioteca”.

Ruy Braga se revolta:
“Na verdade trata-se de uma política que busca criminalizar os movimentos sociais. Essa política, anti-sindical e antidemocrática, foi muito adotada durante o governo de FHC, e agora foi retomada por Serra.”

Flavia Vale, estudante do curso de ciências, diz que “a demissão é um ataque à categoria de trabalhadores da USP e seu sindicato”.

Claudionor Brandão luta desde 1988 pela construção de uma universidade pública, gratuita e de qualidade no Brasil. A partir de 9 de dezembro estudantes, trabalhadores e intelectuais vêm se posicionando contra a demissão de Brandão e organizando campanhas pela readmissão imediata. Como a assembléia realizada pelo Sintusp, dia 10, na qual os trabalhadores votaram paralisação na terceira-feira, 16 de dezembro, e um abaixo-assinado que já conta com apoio de pessoas por todo o país e no exterior. Entre eles estão os professores Franklin Leopoldo e Silva, da faculdade de Filosofia da USP; Ricardo Antunes, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp; e Régis Michel, conservador-chefe do Departamento de Artes Gráficas do Museu Louvre na França. Também assinaram organizações internacionais como o Sindicato de los Trabajadores de Luz y Fuerza de La Paz (Bolívia) e Asociación de Profesores Universitarios del Hospital Larcade de San Miguel (Argentina).

A assessora de imprensa da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, logo após a demissão, ligou para o sindicato e informou que o ministro Paulo Vannucchi se diz “preocupado com a situação e pediu para ser informado de todos os fatos”.
Como diz Brandão “a demissão não é um ataque individual e sim, uma tentativa por parte da reitoria de neutralizar as movimentações na universidade”.

A reitoria passa um recado para funcionários, estudantes e professores: não serão aceitas medidas que abalem a “paz” e a “normalidade” da universidade. “A demissão de Brandão, por motivos políticos, fere os direitos democráticos da livre manifestação sindical”, diz a estudante Flavia Vale.


http://carosamigos.terra.com.br/

Do site do PCO: Reitoria persegue e demite Claudionor Brandão, dirigente do Sintusp

Repressão na USP

Reitoria persegue e demite Claudionor Brandão, dirigente do Sintusp

A demissão do dirigente sindical é um claro ataque da burocracia universitária contra a organização política dos trabalhadores da USP, que estiveram lado a lado com os estudantes na ocupação da reitoria em 2007

11 de dezembro de 2008


Mais uma vez a reitoria da USP, seguindo a tendência geral das universidades públicas do País, atenta contra o movimento político que luta contra o desmonte da universidade e se opõe à burocracia universitária. Sueli Vilela, a reitora que foi colocada na parede pela ocupação da reitoria da USP, demitiu um dos principais líderes sindicais da USP, Claudionor Brandão.

Brandão é funcionário da Universidade de São Paulo há 21 anos e desde 2007 diretor do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP). No último período, o diretor esteve à frente das principais lutas travadas pelos funcionários contra os ataques do governo e da burocracia universitária na USP.

A notificação da demissão, recebida da reitora Sueli Vilela, é mais um capítulo da onda de repressão nas universidades. Há estudantes sendo perseguidos em vários lugares por lutarem contra o domínio da burocracia universitária. Na USP, após a ocupação da reitoria em 2007, o movimento que marcou uma nova etapa no movimento estudantil, há estudantes sofrendo processo político de sindicância e convocados para prestar depoimento na delegacia. Um claro ataque político à organização dos estudantes.

A demissão do companheiro Brandão vem justamente depois da ocupação, em que os funcionários da USP estiveram lado a lado com os estudantes. Apesar de o processo contra o companheiro vir desde as greves e os piquetes de 2005 e a alegação da reitoria para demitir ser justamente esses atos políticos, a demissão é, de fato, uma retaliação à ocupação, o movimento mais importante das universidades no último período no qual houve uma participação expressiva de diretores e militantes do Sintusp.

É uma perseguição política da burocracia universitária àqueles que lutam contra o seu domínio e é claramente um ataque contra a organização dos trabalhadores. A reitora e a burocracia universitária mostraram a ditadura que impõem na universidade ao demitir um dirigente sindical, passando por cima do direito à estabilidade no emprego.

- Readmissão imediata do companheiro Brandão!

- Por uma campanha nacional contra a repressão nas universidades!

- Abaixo a ditadura da burocracia universitária!

- Por um governo tripartite com maioria estudantil!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Moções

Contra a demissão de Clauidionor Brandão, total repúdio às ações fascistas da reitora Sueli Vilela

O ato tresloucado e repulsivo perpetrado pela reitora Sueli Vilela não é apenas um ataque ao companheiro Brandão, que há anos vem dedicando o melhor de sua vida à construção de uma universidade pública, crítica, atuante e comprometida com as transformações sociais, mas uma afronta à todos aqueles que buscam barrar o perverso processo de sucateamento da universidade e dos serviços públicos no Estado de São Paulo. A demissão de Brandão tem um claro propósito intimidatório, traduz a forma mesquinha que os governos do PSDB, ontem Alckmin, hoje Serra, procuram utilizar no sentido de desmoralizar os movimentos dos trabalhadores e da juventude em busca de sua emancipação política e independência de classe. Não serão as demissões arbitrárias, como as de Claudionor Brandão e Dirceu Travesso que irão esmorecer ou mesmo amedrontar os trabalhadores em luta pela defesa da universidade e do patrimônio público em nossa sociedade.

Total repúdio às ações fascistas da reitora Sueli Vilela

Pela imediata reintegração de Claudionor Brandão à Universidade de São Paulo

Professor Carlos Bauer

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Caras Companheiras e Caros Companheiros do SINTUSP,


Desde a cidade de Munique, na Alemanha, permito-me enviar-lhes, na qualidade de antigo militante do movimento estudantil da FADUSP e advogado atuante em diversos movimentos e greves do SINTUSP dos anos 80, a minha mais ampla e irrestrita solidariedade na duríssima a luta, travada pela REINCORPORAÇÃO IMEDIATA E INCONDICIONAL do Direitor e Delegado Sindical, Representante Eleito dos Funcionários no Conselho Universitário, Claudionor Brandão, exigindo, concomitantemente, a imediata retirada de todos os processos administrativos e sindicâncias, movidas contra os estudantes, trabalhadores e professores que lutaram e continuam lutando em defesa da Universidade de São Paulo.
Os inúmeros e infâmes ataques políticos e administrativos, desferidos de modo soez contra o SINTUSP, Claudionor Brandão e todos os intrépidos representantes desse organismo sindical das trabalhadoras e trabalhadores uspianos, abastecem-nos com provas cabais de que o tão alardeado "Estado de Direito, Social e Democrático", decantado nas Constituições do Estado de São Paulo e da República Brasileira, dominados pela ínfima minoria de proprietários burgueses e latifundiários, é inteiramente incapaz de acatar os mais lídimos direitos de representação da classe trabalhadora, explorada e oprimida, e de seus mais legítimos aliados sociais. Pois, em verdade, os sindicatos são centros de organização da classe trabalhadora e devem atuar no grande interesse de sua completa emancipação.

De imediato, divulgaremos os ataques desferidos contra o SINTUSP entre organizações operárias e democráticas européias que simpatizam com a causa de libertação das trabalhadoras e trabalhadores do Brasil, clamando pela reintegração imediata e incondicional de Claudionor Brandão!

Ilimitada liberdade de reunião, conscientização e propaganda para as organizações proletárias e seus aliados!

Ceterum censemus capitalismum esse delendum!

Emil Asturig von München
Escola de Agitadores e Instrutores "Universidade Comunista Revolucionária Jakob M. Sverdlov", Munique, Alemanha
Professor da Universidade do Povo de Munique (Münchner Volkshochschule), Área Política, Sociedade e Humanidade (Politik, Gesellschaft und Mensch)
Membro da Ordem dos Advogados da Alemanha e da União das Ordens dos Advogados da União Européia

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READMISSÃO IMEDIATA DE CLAUDIONOR BRANDÃO


Lamentavelmente no dia 09 de dezembro, o companheiro Claudionor Brandão, funcionário da USP (Universidade de São Paulo) foi, de forma arbitrária, demitido por justa causa. Contra qualquer argumento que a reitoria utilize, sabemos que essa demissão é política e uma ameaça ao conjunto dos trabalhadores, é uma ameaça aos lutadores.
O ataque contra um trabalhador é ataque contra a Classe trabalhadora. E um ataque a um militante é também um ataque a nós. O ataque contra uma liderança da classe, é um ataque contra o movimento, numa clara tentativa de desestabilizar e acuar o movimento.
O companheiro Brandão, um valoroso lutador do movimento sindical e político da esquerda, foi vítima de uma ilegalidade, uma arbitrariedade de uma reitora que entrega a universidade pública aos mais espúrios interesses do capital privado e de um governador conhecido pela sua truculência contra o movimento social. Essa demissão é uma afronta à estabilidade sindical e ao direito de organização dos trabalhadores, em especial, aos trabalhadores organizados do funcionalismo público.
O contexto dessa demissão é o ataque aos setores de luta e anti-governistas e visa silenciar os que resistem e resistirão aos ataques que estão sendo orquestrados pelo governo e pela burguesia. Os Governos Lula/Serra têm a política de atacar os setores mais organizados da classe para desestabilizá -los e assim, com mais facilidade, implantar as “Reformas” Neoliberais. Nesse momento de grave crise econômica esses governos, preocupados em salvar o grande capital, estão atacando os que lutam. Primeiro foi o companheiro Didi trabalhador da Nossa caixa, depois o companheiro William do BB e agora Brandão.
Esses fatos não são mera coincidência, é parte de um ataque orquestrado contra os trabalhadores e a esquerda. Por isso, mais do que nunca, que está colocada a necessidade da unidade da esquerda para enfrentar os ataques do governo, tanto na retirada de direitos quanto nas perseguições em curso. Por isso, nós do Espaço Socialista, defendemos a realização de um encontro nacional (precedido de encontros regionais) e que nesse momento seria fundamental para organizar a resistência em nível nacional.

Por isso, exigimos:
- A Readmissão imediata do companheiro Brandão e o reconhecimento da ilegalidade cometida. Fim de toda e qualquer perseguição aos trabalhadores;
-Fora Suely Vilela
-Por uma universidade pública e gratuita para todos. Universalizaçã o do ensino público;
-Pelo direito de organização sindical.

Espaço Socialista
São Bernardo do Campo, 14 de dezembro de 2008

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Contra a demissão do companheiro sindicalista do SINTUSP, Claudionor Brandão!

Pela imediata e incondicional reincorporação de Brandão aos quadros da USP!

Abaixo os ataques contra as entidades sindicais dos trabalhadores, estudantes e professores da USP!

Pela retirada de todos os processos e sindicâncias contra os que lutam pela universidade pública!

Nós, trabalhadores da Fábrica Ocupada Flaskô e do Movimento das Fábricas Ocupadas estamos indignados com a demissão do companheiro sindicalista do SINTUSP, Claudionor Brandão.

É evidente que a reitoria da Sra. Sueli Vilela montou uma farsa para demitir Brandão, em desrespeito às leis que deveriam garantir o exercício do mandato sindical e o direito de manifestação. Para isso, contou com o aval da maioria do Conselho Universitário.

Dessa forma, a reitoria busca atacar a entidade sindical dos trabalhadores da USP e o direito de organização da categoria. Não podemos permitir que esse crime siga adiante, senão, todos os atuais perseguidos políticos da USP, funcionários, professores e estudantes que participaram de legítimas greves, manifestações e ocupações de prédios públicos também sofrerão conseqüências semelhantes e suas entidades de representação ficarão enfraquecidas.

Por isso, estamos incondicionalmente a favor da imediata reincorporação de Brandão aos quadros da USP, bem como pela a retirada de todos os processos administrativos e sindicâncias aos estudantes, trabalhadores e professores que lutam em defesa da universidade pública.


Pedro Santinho, coordenador geral do Conselho da Fábrica Ocupada Flaskô

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Amigos e companheiros,
meu mais veemente repúdio contra este ato anti-democrático e anti-
operário da reitoria da USP contra o sindicalista Claudionor Brandãoque é na verdade uma medida direta contra os trabalhadores e contra todos os que lutamos por transformações sociais.

Gilson Dantas, médico e doutor em sociologia pela UnB

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Caros,

declaramos aqui a adesão da ASSAN - Associação de Servidores do Arquivo Nacional - à campanha contra a demissão de Claudionor Brandão.
Repudiamos a postura da direção da USP por esta perseguição ao movimento dos trabalhadores, a qual sofremos e combatemos em nossos ambientes de trabalho cotidianamente.

um abraço e saudações revolucionárias
Direção da ASSAN


MOÇÃO DE REPÚDIO

Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado - PSTU

O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado vem manifestar total repúdio à demissão de Claudionor Brandão, trabalhador integrante do quadro de funcionários da Universidade de São Paulo, a USP.
Tal demissão é evidente iniciativa do governador José Serra/PSDB e da reitoria da USP para tentar amedrontar e agredir aqueles que resistem aos ataques desse governo ao ensino superior público do país.
Em 2007, Serra decretou várias medidas contra as universidades públicas de São Paulo e teve como reação às suas medidas a histórica ocupação da reitoria da USP. Essa ocupação, juntamente com uma forte greve de professores, funcionários e estudantes na USP, UNESP e UNICAMP fez com que Serra amargasse a derrota de seus decretos.
Apesar de derrotado no ano passado, Serra não desistiu de sua empreitada contra a educação pública e de qualidade, e tenta através do ensino à distância, do avanço da privatização da pesquisa e de outros ataques, descaracterizar ainda mais a produção científica e a autonomia universitária.
Para não correr o risco de uma nova derrota, o governador de São Paulo persegue o movimento estudantil e dos trabalhadores, utilizando-se de medidas absolutamente autoritárias e de recursos administrativos institucionalizados pela ditadura militar.
As atitudes de Serra e da reitoria da USP em demitir Claudionor Brandão e em sindicalizar e criminalizar vários estudantes e funcionários que atuaram na ocupação da reitoria da USP, assim como o ataque promovido pelo governo Lula ao ANDES (Sindicato Nacional de Professores de Instituições de Ensino Superior), são parte de uma mesma política. São tentativas de derrotar a organização e as mobilizações contrárias as medidas neoliberais de tais governos com o uso da força e da arbitrariedade.
Mas enganam-se aqueles que apostam na rendição dos movimentos sociais que defendem a educação pública e os direitos dos trabalhadores e da juventude. Pois a resistência e a mobilização estão se intensificando. No momento onde a burguesia e seus representantes governamentais buscarão despejar sobre as costas dos trabalhadores, da juventude e do povo pobre a conta dos prejuízos da crise econômica, diversas e gigantescas mobilizações ganham forma em todo o mundo.
Na USP, a força das mobilizações persiste.
Não aceitaremos a perseguição política que representa a demissão de Claudionor Brandão. Não aceitamos a perseguição que Serra e a Reitoria desenvolvem contra aqueles que ocuparam a reitoria em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade para todos.
O PSTU reforça a exigência de imediata reintegração de Brandão e pelo fim dos processos de sindicância e criminais sobre os ativistas das mobilizações. Reforçamos assim também à campanha pela reintegração de dezenas de trabalhadores das empresas estatais (como Nossa Caixa, Metrô e SABESP) que foram demitidos por lutarem contra os planos de privatização e de precarização dos serviços públicos.

Pela Imediata reintegração de Claudionor Brandão!
Suspensão de todas as sindicâncias e processos criminais contra os que lutam!
Derrotar os novos ataques de Serra à educação!

dezembro de 2008
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado

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MOÇÃO DE REPÚDIO


O Centro Academico Benevides Paixão, entidade representativa dos estudantes de Jornalismo, Multimeios e Artes do Corpo da PUC-SP, vem a público manifestar o seu repúdio a demissão do sindicalista Claudionor Brandão, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP- Sintusp, por parte da direção da universidade. A demissão de um sindicalista por questões politicas é um absurdo completo, representando um ataque a liberdade de organização dos trabalhadores em seus locais de trabalho. Sendo o Sintusp um sindicato do campo combativo, uma demissão em período de férias letivas tem a intenção apenas de evitar qualquer tipo de mobilização da categoria.


Essa demissão a mando da REItoria da USP soma-se ao modo como o Governo do Estado de São Paulo trata os seus servidores os movimentos sociais do estado. Só nos últimos meses, houve ainda demissões de trabalhadores que atuavam no meio sindical no Banco Nossa Caixa e no Metrô, alem da criminalização da Apeoesp por organizar greve entre os professores estaduais de educação pública.

Ainda no ambito sindical, o governador tucano José Serra comandou ainda em menos de dois anos a repressão aos trabalhadores da Johnson & Johnson em São José dos Campos, aos siderúrgicos da Cosipa em Cubatão e aos servidores da própria Secretária de Segurança Pública. O Governo tucano reprimiu ainda as ocupações de estudantes da PUC-SP, na Unesp Araraquara, Unifesp Guarulhos e Reitoria, Fundação Santo André e Universidade Católica de Santos e Faculdade de Direito da USP, alem da repressão ao MTST e MST, entre outros.

Frente a esse avanço na criminalização dos movimentos sociais por parte do tucanato paulista, a única solução é a mobilização e a unidade de todos os lutadores para resistir, como demostram ações como a Ocupação da USP, que reverteu uma série de decretos e derrubou o Secretário de Ensino Superior, ou o exemplo das ocupações da Unifesp e Fundação Santo André que derrubaram seus reitores corruptos, e ainda teve a mobilização dos metroviários que conseguiram a reintegração do sindicalista demitido Paulo Pasin.

Se atacam um, atacam todos.

Saudações Estudantis


Centro Acadêmico Benevides Paixão - PUC-SP
Artes do Corpo, Jornalismo e Multimeios
Gestão Aos Que Virão - 2008/2009

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MOÇÃO DE REPÚDIO


O Grupo Além do Mito, que constrói o movimento estudantil combativo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), vem manifestar o seu repúdio ao ato da reitoria da Universidade de São Paulo (USP), Sueli Vilela, que demitiu por motivos de perseguição política o trabalhador da instituição e sindicalista Claudionor Brandão.


Esta demissão não representa somente um ataque a individualidade de um trabalhador, a um técnico que trabalhava na manutenção de condicionadores de ar fazia 21 anos, mas a autonomia da classe trabalhadora para organizar-se e reivindicar seus direitos.


Sentimo-nos, também, atingidos com esse tipo de atitude, digna de déspotas, e não apenas prestamos o nosso repúdio a tal atitude como – também – vimos prestar nossa solidariedade ao trabalhador Claudionor Brandão e exigir a sua imediata readmissão.


Primeiro levaram os comunistas,

Mas eu não me importei

Porque não era nada comigo.


Em seguida levaram alguns operários,

Mas a mim não me afetou

Porque eu não sou operário.


Depois prenderam os sindicalistas,

Mas eu não me incomodei

Porque nunca fui sindicalista.


Logo a seguir chegou a vez

De alguns padres, mas como

Nunca fui religioso, também não liguei.


Agora levaram-me a mim

E quando percebi,

Já era tarde.


Bertolt Brecht – A Indiferença


Grupo Além do Mito...

“Estudar para lutar, lutar para estudar!”

http://grupoalemdomito.blogspot.com
alemdomito.ufal@gmail.com

Maceió, 13 de dezembro de 2008

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DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES “HELENIRA DE REZENDE” DA UNESP, Seção MARÍLIA

MOÇÃO DE REPÚDIO


O DELEGADO LOCAL do DIRETÓRIO CENTRAL DO ESTUDANTES “HELENIRA REZENDE” da UNESP campus Marília, discente Felipe Luiz, RA. 125120-1 RG 41758126-9, REPUDIA a demissão do diretor do Sindicato Dos Trabalhadores da USP — SINTUSP, Claudionor Brandão, perpetrada pela Reitoria da USP, que se encarna na Reitora Suely Vilela. A legalidade vigente garante a liberdade de organização sindical aos trabalhadores e trabalhadoras do país. Por trás da “justa causa” apresentada pela Reitoria da USP esconde-se o medo da organização autônoma e combativa dos trabalhadores, bem como a vontade de vingar-se das derrotas que o movimento dos trabalhadores da USP, em aliança com o movimento estudantil autônomo e combativo, infligiu à burocracia acadêmica, corrupta e subserviente a interesses estranhos aos direitos à educação tal qual dispõem a lei constitucional em vigência no país, tais sejam: educação pública, universal, laica e de qualidade, que privilegie a formação humanística de cidadãos críticos. Com o entendimento de que se trata de perseguição política mascarada como demissão por justa causa, registramos nosso completo, total e irrestrito repúdio a esta ação, e exigimos a reincorporação imediata do referido trabalhador aos quadros da universidade.



Marília, 10 de dezembro de 2008

Felipe Luiz
Delegado Local do DCE


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Contra a demissão do companheiro sindicalista do SINTUSP, Claudionor Brandão!

Pela imediata e incondicional reincorporação de Brandão aos quadros da USP!

Abaixo os ataques contra as entidades sindicais dos trabalhadores, estudantes e professores da USP!

Pela retirada de todos os processos e sindicâncias contra os que lutam pela universidade pública!



A Esquerda Marxista, tendência do Partido dos Trabalhadores (PT), vem através desta moção, repudiar a demissão do companheiro sindicalista do SINTUSP, Claudionor Brandão.



É evidente que a reitoria da Sra. Sueli Vilela montou uma farsa para demitir Brandão, em desrespeito às leis que deveriam garantir o exercício do mandato sindical e o direito de manifestação. Para isso, contou com o aval da maioria do Conselho Universitário.


Dessa forma, a reitoria busca atacar a entidade sindical dos trabalhadores da USP e o direito de organização da categoria. Sabemos que um ataque contra um, é um ataque contra todos, ou seja, a injusta demissão de Brandão coloca em risco também todos os atuais perseguidos políticos da USP, funcionários, professores e estudantes que participaram de legítimas greves, manifestações e ocupações de prédios públicos.. E, assim, perseguindo e atacando, tentam enfraquecer as entidades estudantis e sindicais e as mobilizações em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade para todos!


Por isso, estamos incondicionalmente a favor da imediata reincorporação de Brandão aos quadros da USP, bem como pela a retirada de todos os processos administrativos e sindicâncias aos estudantes, trabalhadores e professores que lutam em defesa da universidade pública.


Serge Goulart, pela Esquerda Marxista