quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Nota da LER-QI sobre a Paralisação e o ato na USP de 16/12

PARALISAÇÃO NA USP E ATO COM MAIS DE 1000 DÃO GRANDE EXEMPLO DE MOBILIZAÇÃO EM DEFESA DE BRANDÃO E DO SINTUSP!!!!


Se a reitoria e Serra esperavam que seu ataque ao Sindicato dos Trabalhadores da USP e à universidade com a demissão de Claudionor Brandão, diretor do Sintusp e representante eleito dos funcionários no Conselho Universitário, não iria obter resposta se fosse realizado no período de férias, quando não somente estudantes e professores, mas também amplos setores dos funcionários já não estão na USP, estavam profundamente enganados.

Depois de uma semana de intensa campanha democrática, que vem ganhando apoio não somente na massa dos trabalhadores da universidade, entre os estudantes que organizaram um acampamento em frente à reitoria e entre as entidades do Fórum das Seis, mas em todo o país, com uma valiosa solidariedade de todas as organizações de esquerda, dezenas de intelectuais, parlamentares, personalidades da cultura, diversas entidades sindicais e estudantis, diversos organismos e personalidades dos direitos humanos que já denunciaram a ilegalidade de tal medida, além de apoios internacionais, o dia 16/12 se transformou num primeiro marco político contundente da campanha.

Os trabalhadores da USP deram um grande exemplo de combatividade encampando o chamado do Sintusp para defender seus dirigentes sindicais e sua entidade. Desde cedo, os trabalhadores da USP realizaram paralisação em diversas unidades importantes e organizaram um piquete na reitoria, onde ocorreria uma reunião do Conselho Universitário, para exigir a reintegração imediata de Brandão. Antes do ato político começar, já havia mais de 200 pessoas na porta da reitoria, o que obrigou a burocracia acadêmica a realizar o Conselho Universitário no IPEN, sob a guarda de fuzileiros navais.

Às 8:00, já éramos centenas em frente à reitoria num grande ato político, que foi crescendo com a chegada dos trabalhadores na USP e contou com a presença de mais de mil ativistas e diversas personalidades.

Participaram do ato políticos e parlamentares como Jamil Murad (vereador do PC do B), Eliseu Gabriel (Vereador PSB) e um representante do mandato de Ivan Valente (PSOL). Intelectuais e professores como Leonel Itaussu (Prof. da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), Chico Miraglia (ADUSP), Milton Vieira (Adunesp), Edmundo Fernandes (Adunicamp e coordenador do Fórum das Seis), Osvaldo Coggiola (Prof. do Depto. de História – USP); Entidades sindicais, estudantis e movimentos sociais da Coordenação nacional de Lutas (CONLUTAS), Sindicato dos Trabalhadores da UNESP, Diretório Central dos Estudantes da USP, Diretório Central dos Estudantes da UNESP, Movimento Negro Unificado (MNU) e militantes de correntes e partidos políticos como a Liga Estratégia Revolucionária, Movimento A Plenos Pulmões, Partido Socialismo e Liberdade, Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, Partido da Causa Operária, Movimento Negação da Negação, Liga Bolchevique Internacionalista, Movimento Resistência e Ação e outras.

As diversas intervenções ressaltaram o caráter político da demissão por “justa causa” do companheiro Brandão, que para além do ataque à figura do companheiro, representa um ataque ao Sintusp e a liberdade de organização política e sindical do conjunto dos trabalhadores, o que é o motivo de fundo para tamanha mobilização que vem se dando ao redor da campanha em plenas férias.

Muitas falas colocaram a importância de uma resposta à demissão de Brandão no marco dos demais ataques sofridos pelos trabalhadores de diversas categorias que já sentem sobre suas costas os efeitos da crise econômica através de demissões, PDVs, férias coletivas e retirada de direitos. Para o funcionalismo público de São Paulo, a Assembléia Legislativa já aprovou a PL 56 que prevê, entre outras medidas, a extinção de mais de 5.000 cargos de nível básico para avançar ainda mais com a terceirização e a privatização da universidade pública.

Mostrou-se fundamental o papel dos estudantes, acampados em frente à reitoria que contribuíram com a mobilização dos trabalhadores participando ativamente das reuniões de unidade e organizando ações de protesto pela universidade. Essa unidade entre estudantes e trabalhadores da USP é fundamental, já que a repressão atinge ambas as categorias, com ataques aos espaços, câmeras espalhadas por toda a universidade, multas absurdas contra as entidades e para barrar esses ataques é necessária a força dessa aliança.

Durante o ato, estudantes e trabalhadores chamaram palavras de ordem em defesa de Brandão e do Sintusp e um grupo de maracatu organizado por estudantes ajudou a agitar as intervenções além das manifestações dos próprios trabalhadores com apitos e faixas de protesto.

Apesar do peso político do ato e da paralisação, a reitora Suely Vilela mostrou sua completa intransigência e sequer se dispôs a sentar para negociar, com nenhum representante que seja. Isso mostra como as forças que acumulamos rapidamente terão que se transformar em algo superior para derrotar a reitoria e o governo e readmitir Brandão, por isso, chamamos os apoiadores a discutir os próximos passos e medidas concretas de ação.

Neste sentido, reforçamos e apoiamos o chamado feito pelo Sintusp a organizarmos um Encontro Regional de Trabalhadores e Estudantes para o início de 2009, que sirva como ponto de apoio não somente para aprofundar a campanha contra a demissão do Brandão, se esta não for revertida até lá, para transformar essa frente única democrática em algo ainda superior, para lutar contra todas as perseguições aos estudantes, funcionários, professores e movimentos sociais que vem se aprofundando nacionalmente. Para ligar essa luta contra a repressão à luta contra os ataques de Serra e Suely à universidade. E destacadamente para preparar os trabalhadores e a juventude para enfrentar os capitalistas e os governos que estão descarregando a crise econômica sobre nossas costas, seguindo o exemplo das lutas que estão se dando em vários países do mundo, como na Itália, onde uma greve geral se deu sob a consigna levantada por trabalhadores e estudantes de “não pagaremos pela sua crise”, como na Grécia, onde a juventude está numa jornada de mobilizações a mais de uma semana e também houve uma greve geral, e vários outros países da Europa e América Latina, além das ocupações de fábrica que se deram nas terras de Obama e no norte da Alemanha.


Pela readmissão imediata do Brandão!

Contra a repressão aos trabalhadores, estudantes, professores e movimentos sociais!

Contra os ataques da reitoria e Serra à universidade!

Organizemos os trabalhadores e a juventude para que os capitalistas paguem pela crise!



Liga Estratégia Revolucionária

17/12/2008

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